Março de 2015 chegou num piscar de olhos!
O amanhecer daquela quinta-feira, dia 05, nunca foi tão ansiosamente aguardado! Mas os dias que antecederam este dia passaram por nós numa velocidade estonteante. Todas as sensações, pensamentos, preocupações, cobranças e emoções juntas ao mesmo tempo.
Consegui fechar a mochila! Foi um desafio emocional. Sempre gostei dessa parte da viagem, arrumar a bagagem na bolsa de viagem, mas para este caso, uma viagem de um ano de duração, passando por frios extremos e calores diversos, tendo que carregar o mínimo de tudo o que possível e necessariamente você pode ou vai precisar, é missão de sabedoria e desapego.
Passei três dias organizando tudo o que estava no check-list e que iria para a mochila. Separei o que era necessário, empacotei e diminui os volumes de cada pacote de roupa de frio, roupa de calor, meia, calcinha, lenços, remédios, kits de uma coisa e de outra...
Na primeira tentativa de guardar, 1/3 de todas as coisas já havia enchido a mochila! O coração disparou mas mantive a calma, acalma! Olhei para todas aquelas coisas que já pareciam poucas e pensei o que teria que sair dali... Então eliminei uma peça de cada pacote, eliminei um pacote e outro... desapeguei de uns lenços e umas bermudas (que viria a me arrepender mais tarde), troquei a toalha de banho por fralda de pano... olhei para tudo aquilo que agora parecia ainda “mais pouco”, e mentalizei que tudo iria caber. Novamente, a mochila fica cheia antes de muita coisa estar dentro dela... Aí o coração disparou mesmo, com força! Até gelaram as pontas das mãos e dos pés!
Decidi que o melhor a fazer era trocar de mochila... Me redimi e peguei de volta a velha guerreira dos últimos anos de batalha, de quem já tinha até me despedido no maleiro... recomecei a jornada! Novamente, guardando as coisas, percebi que teria que me desapegar de mais coisa! Então, encarei a realidade com coragem e me despedi daquele casaco “super-ultra-master” que protege da chuva do vento do frio e do calor, que minha sogra sabia que seria um bom companheiro de viagem (embora ocupasse metade do fundo da mochila), despedi também de uma calça jóia que não molha na chuva mas que era a mais grossa, que minha irmã tinha me emprestado e a blusa preta super recomendada pela mamãe para eu não me esquecer! Eliminei um pote ou outro, guardei remédios em embalagem de “chup-chup” e consegui fechar a mochila! Fui dormir me sentindo a pessoa mais realizada do universo daquele momento!
(...)
O nosso vôo partiu de Vitória para Porto Alegre, na manhã do dia 05 de março de 2015, às 5:30 da manhã! O dia clareava na capital do Espírito Santo e a lua ainda redonda, saudava o sol num bom dia! Voamos para o Rio de Janeiro, e apreciamos a beleza de se pousar no Galeão! O relevo, as montanhas e o mar... uma grande semelhança entre Vitória e o Rio de Janeiro. Muito calor na cidade. Enquanto passávamos o tempo da escala, encontramos a cartinha que a Marcella escreveu e como dois bons “bunda-mole”, nos derramamos em lágrimas sentados num cantinho do aeroporto. Também levamos nossos cartões de vacinação na ANVISA para registro de reconhecimento da OMS.
[{Se você é desses viajantes que opta sempre por pagar pelo que vai consumir, não consuma alimentos em aeroportos! Mas se não tiver jeito pra isso, escolha o pão de queijo! Sempre haverá promoções com nossas preciosas bolinhas branca... mas nem sempre há pão de queijo...}]
Chegamos em Porto Alegre mais ou menos 13h... recebidos pela Scheila, na casa dos nossos anfitriões Thimoteo e Luiza, no bairro Tristeza.
Um almoço delicioso estava pronto aguardando por nosotros! Arroz com lentilhas, kibe de legumes e salada de acelga! Um delícia! Mas esse era só o primeiro dos vários cardápios que deliciamos ao longo dos dias que passamos ali!